Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Cintas de tracção versus Cabos de aço – Vantagens para dono do elevador

Algumas fabricantes de topo, com a OTIS na dianteira, lançaram no mercado há uns anos máquinas de tracção que substituíam os tradicionais cabos de aço por cintas de multi-filamentos de aço revestidas a “borracha”.
A ideia foi rapidamente desenvolvida por outras marcas e está neste momento implementada em grande parte da gama dos maiores fabricantes.
Acontece que a maior parte das pessoas que compra elevadores não percebeu as enormes vantagens que este sistema lhes trazia, e continuou a não valorizar convenientemente esta tecnologia no momento de decidir a aquisição do equipamento.
A primeira vantagem das cintas é que permitiu que a suspensão se passasse a fazer por baixo da cabina (as cintas envolvem a cabina em vez de a suspenderem por cima) em lugar da tradicional amarração dos cabos no tecto da mesma.

Um elevador OTIS com suspensão por baixo da cabina


Isto faz com que deixe de ser necessária a estrutura de aço (que se chamava arcada) que envolvia a cabina e pela qual ela era suspensa nos cabos.
Desta maneira o peso da cabina diminuiu drasticamente, permitindo que também as máquinas pudessem diminuir de tamanho.
O resultado final para o dono do elevador é que possui um equipamento com um consumo energético 40% inferior a um elevador com as mesmas características mas de tecnologia tradicional.
Em casos de elevadores com muito movimento a poupança de energia pode equivaler, nos 15 anos de vida útil do aparelho, a 100% do seu custo.
E o curioso é que os elevadores com esta tecnologia não são mais caros do que os outros  mais do que uns 15%.
Por isso é tão importante falar com um especialista quando se trata de comprar ou modernizar um elevador. Faça da HAPE o seu parceiro. Consulte-nos.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A importância da farda nos técnicos de manutenção de elevadores

Pode parecer um problema menor mas toda a preparação relativa à higiene e segurança dos técnicos de manutenção termina na escolha perfeita do seu fardamento.
A profissão de técnico de elevadores é de risco, e tudo o que se possa fazer para evitar que sofram acidentes é louvável.
Apesar de ser periférica a responsabilidade que pode ser imputada ao dono de um elevador por um acidente que nele ocorra tendo por vítima um técnico, é sempre uma situação desagradável ter de viver com esse facto.
As maiores empresas de elevadores já começaram há uns anos a ter especial atenção aos acidentes com os seus técnicos, e consomem muitas centenas de horas de trabalho anual em formação de higiene e segurança.
Entretanto passaram a dedicar muito tempo com as fardas que fornecem ao seu pessoal de campo.
Bonés protectores contra pancadas, luvas de diversos tipos, óculos e tampões para os ouvidos, calçado de protecção muito cómodo, mangas com elástico para evitar a prisão nos cabos, bolsos calculados para evitar que se possa por as mãos para evitar desequilíbrios e quedas desamparadas, calças justas ao corpo do joelho para baixo, utilização de tecidos mais resistentes aos cortes e perfuração, arnês com linha de vida para trabalhos em altura, fitas de pulso para descarga de massa para quando estão a desmontar componentes electrónicos, etc., são equipamentos distribuídos para evitar acidentes.
Mas por vezes a postura dos técnicos deixa muito a desejar.
É comum ver técnicos sem farda, de cabelo muito comprido (conheci um técnico que usava rabo-de-cavalo até meio das costas), brincos e anéis, e sem usar os acessórios de segurança.
Qualquer uma destas posturas pode por em risco a sua vida, a reputação da sua entidade patronal e o sossego do dono do elevador onde ele acabará por ter um acidente.
Resolvi escrever este texto porque hoje mesmo vi um técnico de manutenção de uma pequena empresa que parecia uma anedota. Tudo nele estava errado em termos de segurança.
Acabei por não resistir e perguntei-lhe se nunca tinha tido formação de segurança. Disse-me que não, até porque era filho de um dos donos da empresa e não aceitava andar de farda. Pensei que tão culpado como ele era o pai que o deixava andar a correr um risco estúpido, e que seria muito boa ideia se os donos dos prédios passassem a verificar o estado em que se apresentam os técnicos em sua casa.
Depois pensei melhor e lembrei-me que para o dono do prédio o importante é que aquela EMA faz 5€ mais barato por mês, e se morrer lá um técnico é coisa que se vê mais tarde.
Enfim, é o Portugal dos portugueses.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A marcação dos cabos de tracção

Para os elevadores mais comuns, quando ocorre a paragem de uma cabina entre pisos e há necessidade de se colocar a cabina nivelada com um patamar, a única forma de isso ser feito é rodando manualmente a máquina de tracção.
Ora para se saber quando é que a cabina está nivelada com o piso, altura em que se dá o desencravamento mecânico das portas e as mesmas podem ser abertas sem serem destruídas, a única solução passa por fazer uma marca de tinta nos cabos de tracção.
Desta maneira, sempre que a cabina passa por um dos patamares do edifício, isso é perceptível na casa das máquinas e a pessoa que está a fazer o resgate sabe que a pode imobilizar.
Acontece que as marcas de tinta vão desaparecendo com o tempo, e também podem mudar de sítio com os encurtamentos de cabos que possam ter acontecido. Por isso é necessário que ciclicamente essa marcação seja refeita.
Não é um trabalho complicado, mas é moroso. Depende do tipo de elevador, mas é sempre coisa para demorar mais de uma hora, mesmo que se trate de um elevador com casa de máquinas.
Mas é uma regra de segurança importante e como tal deve ser cumprida.
No caso dos elevadores sem casa das máquinas, em alguns modelos os cabos não são visíveis do exterior, e por isso existe outro método para se saber se a cabina está nivelada com o piso. Trata-se, na grande maioria dos casos, de umas luzes LED colocadas junto do sistema de resgate e que mudam de vermelho para verde quando a cabina está nivelada.
Seja qual for o método utilizado para se saber essa informação, é importante que a mesma não seja descurada, e que se mantenha sempre o elevador a cumprir essa norma. Por isso quando a sua EMA o alertar para a necessidade de marcar os cabos, ou que essa advertência venha em resultado de uma Inspecção Periódica, tenha em atenção que é mesmo para fazer.
Mas não se esqueça de discutir o preço. Se precisar de apoio, consulte a HAPE.

domingo, 18 de setembro de 2011

Negociar e renegociar os contratos de manutenção dos elevadores.

Com a chegada do dia 1 de Outubro atingimos a data limite para a denúncia de uma parte significativa dos contratos de manutenção dos elevadores instalados em Portugal.
É uma data crucial para quem quer ver melhoradas as condições que o ligam à EMA que se responsabiliza pelos seus elevadores.
Não quero com isto dizer que não há contratos com datas de término diferentes do final do ano, e que por conseguinte a data de denúncia não é o dia 1 de Outubro, equivalente a 90 dias antes. Há, e muitos, mas uma parte substancial dos contratos estão feitos com início e fim ao dia 1 de Janeiro.

Todos devem aproveitar esta oportunidade para conseguir melhorar os seus contratos, quer a nível financeiro quer a nível técnico.
Nem sempre o preço é o factor mais interessante num contrato, e por isso o contrato deve ser analisado com cuidado e ver qual a solução que melhor defende os interesses do proprietário do elevador.
Também as opções do mercado nem sempre são as melhores e as mais capazes. Há que ter muita atenção em seleccionar um parceiro que seja responsável, e garante altos níveis de segurança e legalidade. Há coisas com que não se brinca.
A HAPE anda numa roda-viva a dar respostas aos muitos proprietários que querem saber o que devem fazer.
Envie-nos também o seu caso, com uma digitalização do contrato actual e com o preço que está a pagar, conte-nos o seu caso, e aguarde que em pouco tempo, e sem qualquer custo, lhe damos a nossa opinião e sugestão.
Mesmo que o seu contrato não termine agora, questione-nos da mesma forma. Renegociar um contrato é uma arte, e há sempre hipótese de se conseguir melhorias. E no fundo não tem nada a perder.
Vai ver que fica a ganhar. É para isso que cá estamos.
Se este texto não lhe interessou, porque não o tenta passar a alguém conhecido a quem possa interessar?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Porque é que os contratos de manutenção completa têm a duração mínima de 5 anos?

O Decreto-Lei 320/2002 regulamenta a actividade referente aos elevadores instalados, e, por consequência, os moldes em que devem ser estabelecidos os seus contratos de manutenção.
No que respeita aos contratos de manutenção, o decreto, para além de estabelecer os tipos de contrato que podem ser celebrados e que serviços incluem, define a validade mínima de cada tipo de contrato.
Para os contratos simples determina que têm de ter uma validade mínima de um ano, e para os contratos completos a validade mínima de 5 anos.
Ambas as situações se compreendem, mas no caso do contrato completo ainda a situação é mais compreensível.

O valor dum contrato completo é calculado, em semelhança do prémio de um qualquer seguro, pela probabilidade de ocorrência de avarias e desgaste de peças no elevador num determinado período de tempo. Como é facilmente perceptível quanto maior for o período de tempo que utilizarmos para o cálculo, mais baixo se torna o custo mensal que temos que disponibilizar para garantir a sua cobertura.
Este pressuposto esgota-se com a perspectiva de vida útil do equipamento.
Quer isto dizer que em termos abstractos o contrato completo baixa de preço até aos 10 anos, e volta a aumentar se tiver mais do que essa validade.
O legislador entendeu, e bem, que 5 anos era o período mínimo em que a EMA pode propor um valor interessante ao seu cliente.
Ficam agora alguns problemas referentes a estes contratos:
1 – Se o contrato é celebrado pelo período mínimo de 5 anos, o mesmo pode ser rescindido antes desse termo? Na minha opinião a rescisão só tem sentido se o cliente indemnizar a EMA. Imaginemos que no primeiro ano de contrato o elevador teve uma reparação grande ao abrigo do facto de ser contrato completo, e que a EMA só ia recuperar esse valor nos restantes anos contratados. Se se der uma rescisão a meio do prazo é natural que a EMA seja ressarcida do seu investimento.
2 – Então o contrato é imutável ao longo do tempo? Se estiver a falar de uma EMA séria e com um código de conduta, ela estará disponível para negociar a situação. O espectável é que não tendo havido grandes reparações no elevador ao abrigo do contrato completo, o mesmo possa sofrer um downgrade para contrato simples, e nesse caso poderá haver lugar a uma redução do valor do contrato que ronde os 40%.
3 – Então qual é a validade de um contrato completo mais interessante para um cliente? Há dois. O de 5 anos automaticamente renovável por igual período, e o de 10 anos. Mas qualquer um deles tem de ser muito bem ponderado e avaliado pelo proprietário do equipamento. Um compromisso de tanto tempo só se pode celebrar com alguém de muita confiança, por isso a opinião de um especialista deve ser sempre considerada.
A última nota diz respeito a mais uma informação em relação ao cálculo dos valores dos contratos de manutenção completos. Não se esqueça que, tal como num seguro, o número de clientes de uma EMA que aderem aos contratos completos é importante para o valor finar a propor a cada cliente. Tal como nos seguros alguém paga uma parte dos nossos acidentes, no caso dos elevadores há sempre um elevador que não avaria que vai pagar um aparte do custo da nossa avaria. Por isso é bom que se compreenda que na maior parte das vezes o contrato completo é mesmo o mais interessante para o proprietário do elevador.
Em caso de dúvidas, fale com a HAPE. Estamos cá porque sabemos tudo, mas mesmo tudo, sobre elevadores.

sábado, 10 de setembro de 2011

Dois acidentes mortais em elevadores registados em Portugal com poucos dias de diferença.

Tenho vindo a escrever neste blogue, com alguma regularidade, sobre o perigo dos acidentes que tendem a acontecer em elevadores.
Tenho repetido que Portugal tem uma legislação de segurança que, não sendo brilhante, dá algumas garantias aos utilizados do parque de elevadores nacional, mas que por motivos vários os riscos têm vindo a agravar-se pelo não cumprimento dessa legislação existente e pelo facilitismo existente em algumas EMA implementadas no mercado.
A verdade é que quando se descura a segurança o risco de acidente aumenta, e acabam por acontecer os acidentes mortais que toda a gente lamenta….à posteriori.
Nos últimos dias dois acidentes mortais aconteceram em elevadores instalados em Portugal. Em Quarteira um homem abre a porta de um elevador, não repara que a cabina não está no piso e morre quando se despenha de uma altura de 6 metros. Em Lisboa um técnico de elevadores morre quando é atingido na cabeça pelo contrapeso do elevador que estava a reparar.
Ambos os acidentes são casos exemplares do facilitismo em relação às normas de segurança que se devem praticar nesta actividade, e, sem querer alongar-me em considerações sobre assuntos que apenas conheço pelos relatos jornalísticos, denotam o que venho afirmando ao longo dos meses em que escrevo este blogue.
A análise mais curiosa destes lamentáveis acidentes é o apuramento das responsabilidades civis e criminais. Em ambos os casos gostaria que os tribunais tivessem uma postura altamente punitiva contra diversos organismos intervenientes nestes casos.
No caso da Quarteira como se vai explicar que estejam a funcionar elevadores sem a inspecção periódica em dia? Pela notícia do CM a câmara já se está a por de fora do processo (à boa maneira portuguesa), a EMA não responde e o administrador do edifício não foi questionado, mas a responsabilidade deveria ser exemplar para todos eles.
No caso de Lisboa ficam por apurar as boas práticas de segurança por parte da EMA e de todas as entidades que as deveriam fiscalizar. Numa EMA multinacional e em algumas das EMA com certificação de qualidade, a sua dimensão permite-lhes possuir procedimentos internos de segurança, e de fiscalização dessa mesma segurança, que conduzem a práticas de actividade com risco diminuto em relação a EMA de pequena dimensão cuja estrutura não permite essas práticas. Nestes casos a DGEG e as entidades inspectoras das condições e trabalho deveriam ter papeis relevantes e de co-responsabilidade nestes acidentes.
Fica o lamento profundo destas duas mortes, e dois votos de esperança: primeiro que estas não sejam as primeiras de uma série que se adivinha, e segundo que os tribunais consigam apurar e punir os responsáveis indirectos destes acidentes. Todos respiraríamos melhor se tal se verificasse.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ligação das empresas de manutenção de elevadores com as empresas gestoras de condomínios.

As empresas gestoras de condomínios trouxeram ao mercado vantagens imensas para os condóminos dos prédios urbanos.
Aquilo que era uma dor de cabeça tremenda, e uma missão que ninguém desejava desempenhar dentro do prédio, passou a poder ser feito por profissionais a um custo que é perfeitamente suportável e com benefícios reconhecidos.
Infelizmente a actividade não está suficientemente regularizada e rapidamente as empresas de gestão de condomínios passaram a aparecer como cogumelos em qualquer esquina.
A formação necessária para abrir uma empresa deste tipo não é nenhuma, e qualquer pessoa se pode lançar numa aventura deste tipo.
Como em tudo começaram a existir pessoas menos habilitadas do que outras, e pessoas menos honestas do que outras neste negócio. Rapidamente o padrão começou a baixar dado que os menos capazes foram tentando implementar-se no mercado pelo baixo preço, e os mais capazes tiveram que acompanhar essa tendência obrigando-se a prestar um serviço de menor qualidade.

Neste momento pode-se dizer sem querer ofender ninguém que é uma actividade onde a maioria das empresas presta serviços de muito má qualidade.
Mas, no que respeita aos elevadores, o pior ainda estava para acontecer. Alguns proprietários de empresas de gestão de condomínio acharam que poderiam alargar a sua actividade também à manutenção de elevadores. Dessa maneira resolveram passar a ter interesse em EMA que pudessem prestar manutenção aos seus clientes da empresa de gestão de condomínios.
Casos destes não faltam pelo país fora. Pessoalmente conheço e conheci casos de grande desonestidade em Vila Real, Maia e Madeira, em que a empresa de gestão de condomínios aceitava orçamentos vindos da sua própria EMA.
Como é óbvio esta prática em nada defendia, nem defende, os interesses dos donos dos prédios, e é altamente lesiva dos seus interesses.
Quase sempre o cliente acaba por descobrir que está a ser fortemente enganado, mas nessa altura já os maiores danos estão feitos.
Conheci dois casos extremos em termos da desonestidade a que esta promiscuidade pode levar.
O primeiro está relacionado com uma situação em que os moradores do condomínio descobriram várias irregularidades na gestão do prédio e mudaram de empresa gestora. Depois da mudança aperceberam-se que o contrato de manutenção do elevador tinha sido renovado com a EMA, pelo prazo de 10 anos e com uma cláusula de incremento de preço de 10% em cada ano.   
O segundo caso é de um morador de um prédio que falou comigo porque estranhou duas facturas de mudança de óleo de uma máquina de tracção em dois anos seguidos. Eu respondi que poderia ser possível apesar de ser estranho e disse-lhe que passaria por lá para ver a máquina. Qual o meu espanto quando chego ao prédio e deparo com um elevador hidráulico.
Estes casos passaram-se comigo, mas tenho conhecimento directo de muitos outros de menor gravidade, e já ouvi histórias que não comprovei que relatam situações tão ou mais graves do que aquelas que relato.
Quando celebra um contrato, ou autoriza alguém a fazê-lo por si, tenha muito cuidado no que está a fazer. Os danos financeiros são os menores que lhe podem acontecer. Muito mais grave é o que se pode verificar em termos de segurança quando existe um compadrio real entre quem faz e quem tem por missão verificar o que foi feito.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Os grandes erros na escolha dos elevadores a instalar num novo edifício.

Qualquer marca de automóveis possui uma gama diversificada de produtos que se adaptam às diversas necessidades dos seus clientes. Para um cliente que procura um pequeno citadino, nenhuma marca recomenda um todo-o-terreno, ou um furgão de mercadorias, da mesma maneira que um comprador de um táxi sai de um stand com um comercial de dois lugares ou uma pick-up de caixa aberta.

Nos elevadores passa-se exactamente a mesma coisa. As grandes marcas possuem elevadores que se adaptam ao mercado da baixa habitação (até 5 pisos), alta habitação, edifícios de comércio e serviços, centros comerciais, hospitais, estações e aeroportos, etc.
Na maior parte dos países europeus a escolha do elevador correcto para cada edifício sempre foi uma situação generalizada, mas em Portugal já era difícil aplicar este princípio.
A Madeira era um caso à parte da realidade do resto do país. Os promotores imobiliários na Madeira há muitos anos que dedicavam uma atenção especial aos elevadores que compravam para os seus prédios, e conseguiram que o parque instalado na Madeira seja invejável em relação ao resto do país.
Na parte continental do país a realidade sempre foi muito diferente. A promoção imobiliária sempre mostrou algum desprezo pelos elevadores que instalava nos seus edifícios, e a compra é sempre feita mais pelo preço do que pelas características técnicas dos equipamentos.
Um sinal disso é o completo desprezo com que os cadernos de encargos são feitos. A maior parte desses cadernos são copy/past de outros cadernos tão anacrónicos como os que daí resultam. O final é previsível; resulta a definição de um produto que na maior parte das vezes não é apropriado para o fim em questão.
Com o advento da crise este problema ainda mais se agravou. Os comerciais são tão pressionados pelos clientes para reduzir os preços que acabam por aceitar vender equipamentos que em nada se adaptam à necessidade do edifício.
Hoje em dia vejo instalar equipamentos que envergonham qualquer dos intervenientes no negócio,
Há cerca de 10 anos fui apresentado na Madeira um grande hoteleiro, que nessa altura já estava aposentado, e que quando soube que eu era o responsável por uma multinacional de elevadores na ilha me disse: “O senhor tem muita sorte por estar numa empresa como essa. Para se saber se um hotel é bom, e se os atoalhados forem de qualidade, temos de olhar para a marca das dobradiças das portas, das torneiras e dos elevadores.”
No fundo o que ele queria dizer era que um elevador bem escolhido prestigia o edifício onde está instalado, e é isso mesmo que cada vez menos se verifica nas obras actuais. Era bom que este princípio começasse a ser tido em consideração no momento da escolha dos elevadores.
Ainda nos últimos dias voltei a ver, em obras acabadas de terminar, elevadores que já não se usam há mais de 20 anos, e tecnicamente obsoletos. Infelizes daqueles que vão ter que viver com estas escolhas nos próximos anos.