Por motivos de segurança as autoridades chinesas decidiram que todos os elevadores e escadas rolantes públicos de Pequim terão de estar munidas com uma “caixa negra” capaz de registar todas as falhas do equipamento, ao mesmo tempo que envia em tempo real toda a informação sobre um acidente ou avaria para a central de assistência e manutenção.
Dos cerca de 140.000 aparelhos que terão de ser adaptados até 2015, aproximadamente 35.000 têm mais de 10 anos e são considerados velhos pelas autoridades, que pensam que estes dispositivos vão ser capazes de melhorar a segurança dos utilizadores.
Na Europa e nos Estados Unidos esta decisão foi prontamente contestada pelas empresas de elevadores que afirmam em coro que a melhoria da segurança apenas pode ser garantida pela melhoria das capacidades técnicas dos operários que garantem a manutenção dos equipamentos.
Na minha opinião, apesar de ter muitas dúvidas sobre a possibilidade técnica de adaptar uma destas “caixas negras” em equipamentos antigos, as soluções são complementares.
A tele-monitorização tem vantagens sobejamente conhecias e outras desvantagens que também são do conhecimento de todos, e as vantagens de a manutenção ser feita por técnicos muito capacitados também não levanta dúvidas a quem quer que seja.
Infelizmente Portugal continua a não ser brilhante neste aspecto. Tem legislação sobre o número de visitas que a empresa de manutenção deve fazer ao elevador, e não tem qualquer controlo sobre as capacidades técnicas dos funcionários que estão no terreno.
Falo com conhecimento de causa se afirmo que uma parte dos “técnicos de manutenção” de elevadores que estão nas EMA não são capazes de ler um esquema eléctrico ou fazem a mais pequena ideia para que serve um multímetro. Partindo desta base não é fácil contestar a ideia das autoridades chinesas em relação ao que vão fazer em Pequim. Por vezes temos muito pouca capacidade para ver para além do nosso umbigo.