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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Mais um acidente com morte num elevador

Transcrevo hoje a notícia de mais um acidente com perca de vidas ocorrido num elevador.

Pareceu-me este caso relevante porque ocorre em Paris e não numa qualquer cidade sul-americana ou africana. No nosso entendimento europeu o nosso nível de segurança é sempre muito elevado, mas no fundo é tão falível como qualquer outro.

Mais dramático é que este acidente acontece menos de um mês depois de um outro acidente em Paris ter deixado gravemente feridos uma mãe e os seus dois filhos de 4 e 7 anos.

Se um acontecimento destes já é lamentável, dois são um perfeito drama.

Em Portugal andamos a jogar à cabra cega com a sorte. Todas as semanas vejo elevadores no limiar da segurança.

E o maior problema é que na maior parte dos casos as pessoas me dizem que nos tempos que correm não há dinheiro para reparações. Até me arrepio.

Aqui segue a notícia transcrita em francês do jornal on-line Le Parisien.

Publié le 24.11.2011, 17h08 | Mise à jour : 25.11.2011, 08h04
Un ouvrier est décédé et deux autres ont été gravement blessés, dans un accident d'ascenseur survenu dans un immeuble de l'Armée du salut, dans le XIe arrondissement de Paris.
| (LP/BENOIT HASSE)
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Un ouvrier est décédé et trois autres ont été blessés, dans un accident d'ascenseur survenu cet après-midi à Paris. Le drame s'est produit dans un immeuble de l'Armée du salut dans le XIe arrondissement de Paris, rue Crespin du Gast avait annoncé à l'AFP Ian Brossat, conseiller PCF de Paris, qui est à l'origine d'une mission d'étude à la mairie de Paris sur la sécurité des ascenseurs.

Vers 15 heures, quatre ouvriers qui travaillaient sur la réparation de l'ascenseur dans la fosse technique haute de 80 centimètres ont vu la cabine bloquée au troisième étage chuter sur eux.

Selon le bilan officiel fourni par la préfecture, un des techniciens est mort, deux autres sont gravement touchés mais «leur pronostic vital n'est pas engagé» et le quatrième ne souffre que de quelques contusions.

Les sapeurs-pompiers ont mis deux heures à remonter manuellement la cabine pour dégager les victimes.

Les victimes «coincées sous la cabine»
D'après des résidents, les travaux de réparation de l'ascenseur installé dans ce foyer du Samu social géré par l'Armée du Salut avaient débuté il y a deux ou trois jours. «L'équipement posait pas mal de problèmes» d'après la même source.

Ian Brossat rappelle que «cet accident grave intervient moins d'un mois après le drame survenu dans le même arrondissement qui avait grièvement blessé une femme et ses deux enfants du fait du dysfonctionnement d'un ascenseur».

«Cette succession d'événements tragiques doit nous conduire, une fois de plus, à exercer une vigilance sans faille pour que la sécurité des usagers et des techniciens ascensoristes soit assurée», a-t-il ajouté dans un communiqué.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O tempo de espera por um elevador.

Um dos mais polémicos artigos que escrevi neste blogue foi um que mencionava o tempo de espera em patamar pela chegada de  um elevador.
Recebi diversos comentários de pessoas que nunca tinham pensado nisso e nas implicações no conforto do edifício.
Hoje vou publicar um mapa, retirado de um trabalho de Henri Hakonen e Dr. Marja-Liisa Siikonen, que mostra e classifica o nível de serviço em relação ao tempo de espera.´
O que é mais engraçado é que a minha muita curiosidade pela performance dos elevadores nunca descobriu em Portugal nenhuma instalação ao nível da excelência, muito poucas ao nível de bom e muitas, mesmo em hotéis de 5 estrelas e grandes edifícios de escritórios, que se ficam pelo nível de satisfatório.

Há bem poucos dias estive num hotel com apenas 5 pisos, e 4 estrelas, que tinha os elevadores com a técnica de ficarem com a porta aberta no piso principal, em que o tempo de resposta era tão lento para as pessoas que faziam a chamada nos outros pisos que nem consegui evitar o riso.

O elevador demorava 43 segundos a chegar ao piso 2. Incrível.

Mas a maior parte das pessoas nem se apercebe das dificuldades que os elevadores mal calculados podem causar nos utilizadores de um edifício.

Há pouco tempo uma empresa de serviços de Chicago, com mais de 300 empregados, mudou-se de edifício porque os elevadores demoravam tanto tempo a chegar e eram tão inoperacionais que havia níveis de stress elevado entre os funcionários, o que causava centenas de milhar de dólares de prejuízo por ano em quebras de produtividade.

De certeza que o promotor do edifício já se arrependeu de não ter pensado nas características dos elevadores no momento em que os comprou.

domingo, 13 de novembro de 2011

O mapa da acessibilidade nos elevadores da Europa. Uma posição de que Portugal não se pode orgulhar.

A Europa prepara a publicação de um mapa que traduz a situação actual nos seus diversos países no que respeita a acessibilidade dos elevadores.
Da mesma maneira que no caso da adaptação das regras defendidas pela SNEL, Portugal também não fica bem na fotografia da acessibilidade.
 
Como podemos ver no mapa, para já provisório, que poderá vir a ser publicado, Portugal não faz parte do pelotão dos países que já adaptaram a legislação na defesa dos seus cidadãos com mobilidade condicionada. Há mais de uma dúzia de países que estão à nossa frente neste particular.
Podemos dizer que estamos ao nível da Alemanha, mas isso não nos deve entusiasmar muito porque dentro de poucos meses a Alemanha terá o seu processo concluído e nós continuamos a atirar a resolução para daqui a anos.
Aliás tenho as minhas suspeitas que alguns dos países que actualmente ainda não legislaram este assunto ainda vão a tempo de emitir a legislação e fazer a sua implementação antes de nós a concluirmos.
O curioso é que até começamos muito bem com o célebre decreto 123, mas os prazos que o decreto 163 veio introduzir (algumas adaptações podem estender-se até 2016) são muito longas. Depois ainda vem o facto de faltarem tantas e tantas coisas que ainda não estão incluídas na actual legislação e que, pelo que se pode prever,  vão atirar a total aplicação da legislação da acessibilidade de pessoas com mobilidade condicionada para mais de uma década.
Realmente não é um orgulho para Portugal.
O que é mais interessante, e triste, é que até ao nível dos elevadores que se instalam novos em Portugal há muitos deles que não estão completamente adaptados à acessibilidade de pessoas com mobilidade condicionada.
Porque será? Ignorância? Desprezo pelas pessoas que disso poderiam beneficiar? Tentativa de poupar dinheiro?
Para mim é apenas pouca informação e falta de apoio no momento da compra do elevador.
A única solução é mesmo pedir à HAPE para dar uma ajuda.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

HAPE. Os primeiros 6 meses a analisar contratos de manutenção de elevadores.

Há 6 meses que começamos a trabalhar com os proprietários de elevadores no sentido de os fazer reduzir os custos de manutenção dos seus elevadores.
E resolvemos fazer um apanhado daquilo que conseguimos propor às pessoas que nos consultam.
Até ao início de Novembro analisamos 197 contratos de manutenção de elevadores, espalhados por todos os distritos de Portugal. Mais de um por dia de Maio até fim de Outubro.
Esses contratos diziam respeito a mais de 410 elevadores.
O valor total pago por esses contratos no ano de 2011 ultrapassava os 600.000,00€, e conseguiu-se apresentar aos proprietários propostas que fizeram reduzir esse valor global em 37%.
Conseguimos em alguns casos reduções de custos superiores a 60%, havendo mesmo um caso extremo em que se conseguiu fazer uma proposta que representava uma redução de 73%.
Também houve casos em que não foi de todo possível melhorar as condições contratuais existentes, e noutros casos a redução representou valores na ordem dos 3 a 8%.
Todos os valores referidos dizem respeito a propostas que mantiveram, ou melhoraram, as condições contratuais anteriormente existentes, não há reduções de custos quando se passa um contrato completo para simples.
Estes números são um belo cartão-de-visita para a HAPE, e por isso os mostramos com orgulho.
Não fica com curiosidade de saber o que podemos fazer no seu caso? Não acha que pode ser interessante falar de nós aos seus amigos que também têm elevadores?

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A utilização de elevadores em edifícios em emergência. Os elevadores de bombeiros.

Especialmente depois do 11 de Setembro foi relançada a discussão sobre a utilização dos elevadores como meio de evacuação de edifícios em alerta ou onde decorre um incêndio.
Isto porque a rápida evacuação de feridos, doentes ou pessoas com mobilidade reduzida é muito complicada quando tem de ser feita por escadas.
Entretanto em 2003 na Europa é publicada a norma EN 81 – 72 que cria as condições para a existência nos edifícios de um elevador especial a que se viria a chamar “Elevador de Bombeiros”.
Então que características têm estes elevadores?
1 – Obedecem a todas as características de um elevador normal.
2 – Devem ter uma área mínima de 1100 mm x 1400 mm e 630 kg de carga, ou 1100 mm x 2100 mm e 1000 kg de carga se se quiser prever o transporte de macas.
3 – Devem ter uma velocidade que garanta que entre o piso de evacuação e o piso mais afastado a cabina consiga fazer o percurso no máximo em 60 segundos.
4 – Todos os acessos devem estar protegidos por antecâmaras protegidas por portas corta-fogo.
5 – No piso de evacuação existe um comutador com chave triangular que muda a operação do elevador de normal para Bombeiros.
Accionada a emergência o elevador actua como tendo um comando de incêndio normal – vem ao piso de evacuação e abre as portas, mantendo-se assim – e de seguida passa a obedecer a comandos específicos de bombeiros.
Nessa fase o elevador passa a cumprir apenas ordens do interior da cabina.
1 – Apenas recebe uma chamada de cada vez na cabina.
2 – As portas só abrem com a pressão constante do botão de “Abre portas”, voltando a fechar mal o botão deixa de ser pressionado.
Para além destas características os elevadores de bombeiros são concebidos com todos os seus comandos eléctricos protegidos contra a água, isto para se manterem operacionais mesmo na presença da água utilizada para apagar os incêndios, e também estão obrigatoriamente ligados a um equipamento gerador eléctrico que lhes permite manterem-se operacionais mesmo quando a energia do edifício foi cortada.
Um edifício que possua um elevador deste tipo já pode equacionar a sua utilização para a evacuação de pessoas em caso de emergência.
A aplicação da norma EN 81-76 vai levar o assunto um pouco mais longe e regulamentar a evacuação assistida, e também as regras de auto-evacuação, das pessoas com mobilidade reduzida nos edifícios em emergência.
Infelizmente não conheço em Portugal casos de elevadores de Bombeiros instalados. Por isto ou por aquilo os fabricantes e os promotores dos edifícios raramente chegam a acordo para fazer a sua instalação.
De qualquer modo há uma boa oportunidade de fazer desaparecer dos edifícios o célebre dístico de “Não use o elevador em caso de incêndio”, e dentro de alguns anos o contrário será o mais natural de se ver.