Esta pergunta, feita de diversas formas, é aquela que mais vezes me colocam no início de qualquer conversa que tenha por tema os elevadores.
A maior parte das pessoas não imagina o quanto subjectiva é a questão, e a quantidade de respostas que a mesma pode ter.
A manutenção de um elevador, para o caso de um contrato normal, pressupõe a visita mensal ao equipamento, a execução de um plano de manutenção, a assistência a avarias dentro do horário normal de trabalho, e o seguro da responsabilidade civil e criminal sobre os acidentes que possam decorrer na instalação.
Por isso o valor do contrato tem de variar mediante a idade do equipamento, número de pisos, tipo de portas, tipo de tracção, localização da instalação, degradação do equipamento, carga do elevador, sofisticação do quadro de comando, etc.
As empresas para satisfazer esses requisitos são obrigadas a ter uma estrutura de recursos humanos (gestão, administrativos e técnicos) capaz de responder a estas necessidades.
Como é óbvio os custos são muito semelhantes de empresa para empresa. Salários, viaturas, formação, ferramentas, rendas, impostos, etc., etc. são valores que se aproximam independente de se tratar de uma multinacional ou uma pequena empresa local.
Claro que uma grande empresa tem custos de formação muito superiores aos de uma pequena empresa, mas em compensação os custos de estrutura são bastante mais baixos devido à natural economia de escala.
Então porque aparecem valores tão díspares entre os serviços prestados por diferentes empresas? Com certeza que muito poucos acreditam que serão as margens de negócio que variam de empresa para empresa. As margens actualmente estão bastante esmagadas para qualquer empresa do sector.
O problema está apenas na quantidade de técnicos que as empresas têm para fazer manutenção aos elevadores. Há uns anos o número de técnicos nas empresas de manutenção era de cerca de 1 para cada 80 elevadores. Actualmente (especialmente nas multinacionais) esse número está na ordem dos 100 a 120 elevadores por técnico, mas há empresas em que esse número chega aos 200 (e até mais) aparelhos por cada técnico.
Ora como é óbvio, e especialmente quando se trata de um serviço cujo custo é fundamentalmente mão-de-obra, isso faz toda a diferença no momento de se apresentar uma proposta ao cliente.
Também, como é óbvio, o serviço que o cliente contrata a uma empresa com 200 elevadores por técnico não é o de manutenção de elevadores, mas sim o de "assinador de livros de manutenção", porque de manutenção preventiva o cliente abdicou no momento em que assinou o contrato.
O nosso povo sempre disse, e com razão, que "Galinha gorda por pouco dinheiro....."
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