A incorporação dos sistemas de pára-quedas nos elevadores foi o toque de Midas que permitiu transformar os primitivos sistema de elevação em mecanismos de transporte vertical seguros e funcionais.
Essa invenção deveu-se ao Sr. Otis que se tornou assim conhecido como o inventor do elevador moderno.
Claro que ao longo de mais de um século os sistemas de pára-quedas dos elevadores foram sofrendo substanciais melhorias, e adquiriram capacidades de resposta que permitem a segurança de todos os que viajam no interior das cabinas dos elevadores no que ao perigo de queda isso se refere.
O método mais utilizado de pára-quedas é um sistema de cunhas metálicas que se firmam contra as guias do elevador, bloqueando completamente a queda da cabina do equipamento. Este dispositivo é accionado automaticamente quando o limitador de velocidade detecta que a deslocação da cabina está a acontecer mais rapidamente do que o que está programado.
Como tudo na vida há sempre algumas particularidades que por vezes não são salvaguardadas.
Em primeiro lugar a “queda” da cabina tanto se pode dar para baixo como para cima. Se o movimento descontrolado da cabina se ficou a dever à falha de travões da máquina, pode acontecer que a cabina seja projectada para o tecto do poço em sequência do arrastamento causado pela queda do contrapeso. Num caso desses a funcionalidade do pára-quedas só fica garantida se o mesmo estiver preparado para actuar à descida e à subida. Acontece que há muitos elevadores em que isso não se verifica.
Em segundo lugar em algumas circunstâncias o elevador tem que estar dotado de sistema de pára-quedas também no contrapeso.
Isto torna-se necessário, por exemplo, quando o elevador está colocado a servir apenas pisos intermédios de um edifício, e se pretende fazer uso de espaços que ficam colocados sob os poços desses elevadores. Por exemplo lugares de estacionamento.
Neste caso tem de se acautelar a possibilidade de acontecer o desprendimento do contra-peso que iria destruir os espaços imediatamente abaixo da caixa do elevador.
Mas não se espere que a acção do pára-quedas seja uma experiência agradável para quem estiver dentro de uma cabina que a essa acção seja sujeita. O impacto é tão violento e assustador que muitas vezes provoca lesões nos ocupantes que vivem esse acontecimento.
Apesar de nunca ter tido essa experiência de dentro da cabina, já assisti a diversos testes de funcionamento dos pára-quedas que são bastante assustadores. E vi cabinas em que os tectos se desprendem do seu lugar, botoneiras e lâmpadas são arrancadas das suas fixações, e guias de elevadores que ficam num estado muito mau.
Mas as pessoas não morrem. E isso é o que mais importa.
Quantas vezes se deve testar o sistema de grifes ou paraquedas num ano?
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