Por serem poucas, as empresas fabricantes de elevadores são quase todas conhecidas da maior parte das pessoas.
Num grupo estão as multinacionais de grande dimensão que operam na Europa: a norte-americana Otis, a suíça Schindler, a alemã Thyssen, a finlandesa Kone, e a também alemã Schmitt +Sohn.
A outro nível, mas com assinalável capacidade técnica e dimensão, estão empresas ibéricas das quais se devem destacar as portuguesas Pinto & Cruz, e Grupnor, e as espanholas Enor e Orona.
Sem grande expressão poderão aparecer mais um ou dois fabricantes nacionais ou estrangeiros que esporadicamente possam instalar um ou outro equipamento em Portugal.
Quer isto dizer que estaremos a falar de cerca de uma dezena de fabricantes de elevadores a operar em Portugal, em que as 3 maiores terão uma fatia do mercado (na montagem) de cerca de 60%.
Neste artigo não estou a levar em consideração os fabricantes de mini-cargas, plataformas elevatórias, sobe-escadas e outras máquinas semelhantes, dado que as mesmas não se enquadram no âmbito desta dissertação.
Consultando a lista oficial das EMA publicada pela DGE (em que estão referidas todas as EMA que podem operar em Portugal continental) vemos que a mesma é composta por cerca de oitenta empresas.
Quer isto dizer que retirando as EMA afectas às empresas fabricantes, há ainda setenta empresas que se propõem fazer manutenção de elevadores sem que sejam fabricantes ou instaladores desses aparelhos. Mesmo dando de barato que há umas três ou quatro que ainda que não sejam fabricantes montam, ou montaram, alguns elevadores, ainda sobram mais de 50 empresas que fazem manutenção de elevadores sem que alguma vez na vida tenham fabricado ou instalado um elevador.
Reza a voz comum que essas empresas são todas constituídas por excelentes técnicos que saíram de empresas de grande dimensão para se lançarem por sua conta e risco no mercado. Acredito que essa seja a realidade de uma meia dúzia delas, mas o grande lote delas é constituída por pessoas com pouca habilitação técnica, nenhuma actualização ou formação, e um total desconhecimento da evolução técnica dos equipamentos pelos quais são responsáveis.
Em muitas delas é confrangedor o desconhecimento da legislação aplicável, os fracos recursos técnicos disponíveis, e a incapacidade de resolução de avarias em equipamentos com um pouco mais de sofisticação.
Mas algo motiva as EMA. O negócio da manutenção, especialmente quando o dono do equipamento não controla o processo, é um negócio apetecível. E quando se consegue competir no mesmo mercado com empresas que têm de investir em formação, investigação, satisfação do funcionário, altos padrões de segurança, controlos de qualidade, etc., etc., sem ter de estar no mesmo patamar de qualidade de serviço, ainda mais interessante se torna a operação.
Por isso conseguem propor ao cliente valores de contrato de manutenção muito mais baixos do que os que as grandes empresas conseguem fazer. Acontece que a diferença é como a de ver jogar o Barcelona ou o Arrebentativo da Corujeira. Em ambos os casos é futebol, mas não é a mesma coisa, nem parecido.
No entanto há sempre quem prefira o endireita ao médico, e, por isso, continua a haver mercado para todos. O que é interessante é que não se estranhe que uma galinha tão gorda possa custar tão pouco dinheiro.
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