Nas minhas andanças no mundo dos elevadores visitei há poucos dias um edifício de escritórios no Porto onde me pareceu que o tempo de espera nos patamares era muito grande.
Eu estava no piso 7 acima da entrada, e por cima de mim existiam mais três pisos, sendo o último ocupado por um restaurante. O prédio terá uns 30 anos e dois elevadores de 6 passageiros.
Quis descer, e pareceu-me interminável o tempo de espera que aconteceu no patamar.
Quando o elevador chegou optei por não entrar, fiz nova chamada, e contei o tempo de espera.
O elevador demorou 76 segundos a chegar (o que ainda me pareceu mais do que na vez anterior).
Curiosamente os elevadores tinham todas as condições possíveis para proporcionar aos seus utilizadores viagens mais rápidas. Um comando desajustado, uma velocidade muito lenta, portas com temporização deficiente e, para cúmulo, uma balança de carga que bloqueia as utilizações com o número de passageiros menor ao que está anunciado na cabina.
Na cabina seguia um grupo de pessoas mal dispostas que comentavam o desespero a aturar tão mau serviço de elevadores no edifício.
Quando cheguei à saída fiquei a pensar como estava mal coordenado a ligação entre a EMA e o dono do edifício. Mesmo sem querer gastar dinheiro era possível propor ao proprietário algumas soluções que minimizassem aquela situação, e de certo que seriam bem aceites por ele.
Por isso penso que o diálogo entre as EMA e os proprietários está cada vez mais virada para a prestação do serviço mínimo e de preferência ao mais baixo preço. Esta realidade bloqueia completamente qualquer possibilidade de se vir a fazer uma gestão racional dos elevadores, e os resultados são aqueles que estão à vista.
Também é verdade que o exemplo que estou a referir nem nos seus melhores tempos foi um edifício modelo. Não acredito que alguma vez na vida aqueles equipamentos tenham servido com dignidade o edifício em que estão instalados. E o curioso é que a marca que os instalou é de prestígio mundial, mas caiu no erro de aceitar um dimensionamento incompetente dos equipamentos.
Qualquer edifício de serviços tem de ter os seus elevadores dimensionados para tempos de espera máximos de 30 segundos, e apenas são aceitáveis situações que ultrapassem esses tempos em, no máximo, 1% dos registos.
Mas quando isso não acontece não há necessidade de deitar fora os elevadores. Há sempre algumas soluções.
Fale com a HAPE, e de certeza haverá uma solução para negociar com a sua EMA.
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