Por diversas vezes me interrogaram para tentar explicar o porquê de existirem dois conceitos técnicos tão diferentes para o fabrico de elevadores, e quais as vantagens de um em relação ao outro.
Realmente para o comum utilizador do equipamento a maior parte das vezes nem se apercebe se está a fazer a viajar num elevador eléctrico ou hidráulico.
Há uns anos atrás o conceito hidráulico tinha a preferência dos arquitectos que idealizavam os edifícios. Apenas com equipamentos deste tipo era possível eliminar as inestéticas casas das máquinas nos telhados, eram os únicos equipamentos que, por via de uma válvula de queda, permitiam que em caso de falta de energia a cabina se deslocasse ao piso mais baixo e abrisse as portas (evitando o encarceramento), e o conforto da viagem era bastante melhor do que o que se conseguia com os elevadores eléctricos.
Havia a limitação do número de pisos servido, mas, para o tipo de edifícios que se utilizavam em Portugal, a tecnologia dos hidráulicos chegava para a grande maioria dos requisitos.
Entretanto os elevadores eléctricos tiveram uma evolução técnica enorme, e os hidráulicos ficaram donos de uma série de limitações pouco invejáveis.
- São mais lentos do que os seus irmãos eléctricos
- São muito menos ecológicos do que os eléctricos porque consomem uma quantidade enorme de óleos.
- A manutenção é muito mais cara do que a de um elevador eléctrico com a mesma utilização e performance.
- Para um desempenho semelhante, consomem mais energia do que os elevadores eléctricos.
Também com o tempo os elevadores eléctricos foram conseguindo ultrapassar aquilo que lhes tirava vantagem no confronto com os hidráulicos. Deixaram de ter casa das máquinas (nem no telhado nem noutro lado qualquer), passaram a ter dispositivos de evacuação automática, a variação de frequência trouxe-lhes uma suavidade de viagem melhor que a de qualquer hidráulico, tornaram-se muito ecológicos (há vários fabricantes de topo que anunciam elevadores “verdes” com consumos de fluidos próximos do zero), e ganharam precisão de paragem e acerto ao piso que são notáveis.
Então para que servem os hidráulicos?
Este tipo de equipamentos ainda mantém uma forte versatilidade estética quando se trata de elevadores panorâmicos. Qualquer arquitecto fica radiante com as possibilidades de criatividade que um elevador hidráulico lhe permite, e sente imenso gosto em poder desenvolver um projecto que esteticamente é muito próximo do que o que ele idealizou para um determinado edifício.
E realmente há verdadeiras obras de arte neste campo.
Salvo raras excepções, para o resto das opções, os hidráulicos são, neste momento, uma solução muito pouco válida.
Se alguma vez tiver dúvidas sobre este assunto, consulte a HAPE.
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