A coisa que mais irrita alguém que perceba o mínimo de elevadores, é ver alguém carregar nos dois botões (para cima e para baixo) de chamada de um elevador ao mesmo tempo.
Existem diversos tipos de comandos de elevadores, desde o mais simples de todos, o universal, que se limita a obedecer a uma ordem de cada vez, aos sofisticadíssimos comandos por identificação do utilizador. Destes últimos vou escrever noutra ocasião, hoje falarei apenas daqueles comandos que no dia-a-dia se cruzam com a maioria dos utilizadores.
Nos elevadores muito antigos ainda se conseguem encontrar comandos universais, ou quase. São comandos que se entrarem no elevador dois vizinhos de andares diferentes, o comando irá aceitar a primeira instrução que lhe for dada, e só depois dessa manobra realizada é que se irá poder dar outra informação. As manobras de dentro da cabina são sempre prioritárias e só são aceites chamadas dos patamares quando a cabina está vazia. Estamos no reino da pré-história.
Um pouco mais evoluídos são os comandos que funcionando basicamente da mesma forma já são capazes de “fixar” uma série de informações, e a cabina irá parar sucessivamente em todos os pisos que tiverem sido registados na botoneira de cabina. Já possuem uma ligeira memória.
Mais vulgares são os comandos colectivos à descida. São os comandos que equipam o grosso dos elevadores de habitação e partem dos seguintes pressupostos: 1- A entrada do prédio dá-se pelo piso 0 que está a nível inferior aos pisos de habitação. 2- Não há utilizadores de viagens entre pisos. 3- Todo o utilizador que chama o elevador de um dos pisos de habitação, quer descer.
Este comando faz com que quem chegue a casa seja transportado directamente para o seu piso, mas se houver três moradores a quererem sair de casa ao mesmo tempo, o elevador irá parar a recolher cada um deles à descida. Inteligente, simples e eficiente.
A este nível já começam a aparecer comandos mais sofisticados que pelo peso da cabina decidem se obedecem ou não a uma ordem (se não couber mais ninguém, a cabina não para), e, no caso de se tratar de uma bateria de elevadores, a informação passa para o elevador ao lado.
Este comando tem a variante invertida, isto é, o colectivo à subida, que é utilizado em prédios em que a entrada se dá pelo telhado (em prédios construídos em arribas isso é vulgar), e em alguns serviços de hotelaria que possuem restaurantes ou piscinas nos telhados.
Nos edifícios públicos, em que há muito movimento entre pisos, utiliza-se um comando colectivo à subida e descida. Para que isto possa funcionar tem de se colocar em cada piso intermédio (nos pisos extremos não faz sentido) não um, mas dois botões de chamada. Um botão para quem deseja subir, e outro para quem quer descer.
Com este comando consegue-se um escoamento de tráfego muito bom, e o tempo de espera nos patamares baixa consideravelmente.
O pior é que há muitos utilizadores que não sabem usar este tipo de comando, e a primeira coisa que fazem é carregar no botão de subir e descer ao mesmo tempo, independentemente da viagem que desejam fazer. O que acontece é que tudo o que este comando tem de positivo se perde com este tipo de atitude.
Por diversas vezes ouvi referir que há estudos de algumas marcas de fabricantes que apontam para uma má utilização do comando em 20% das vezes, e que isso conduz a 10% de manobras desnecessárias nestes equipamentos. Desconheço o fundamento destes números, e nunca vi nenhum estudo sobre o assunto, mas pela minha experiência pessoal acredito que a verdade não estará muito longe desses valores.
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