Já por duas vezes abordei este assunto neste blogue mas sob outras perspectivas. Da primeira vez em 28 de Fevereiro e da segunda em 2 de Março.
O que quero dizer hoje é que nos últimos anos houve uma evolução grande nos preços dos contratos de manutenção, quase sempre em favor dos clientes.
Antes de continuar a crónica vamos deixar bem claro que apenas terei em conta contratos celebrados com EMA credíveis e com reputação a defender. Não levo em conta empresas que tendo obtido a licença de EMA, e por isso estão no mercado em pleno direito, têm uma postura comercial e técnica que não honra os mínimos que se pode desejar da profissão.
A competitividade abriu caminho a que as empresas tenham passado a repensar os formatos em que fazem a manutenção dos equipamentos dos clientes, e por isso mesmo conseguem colocar no mercado um serviço a preços mais reduzidos do que aqueles que praticavam há uns anos.
Foi muito o que se alterou na forma como a manutenção era feita e passou a ser feita agora. Vou dar apenas um exemplo. Há uns anos todos os técnicos de elevadores eram considerados habilitados para fazerem tudo o que fosse necessário dentro da carteira de elevadores que lhes era atribuida. O mesmo técnico fazia a manutenção, corrigia as avarias, e fazia as pequenas reparações que os elevadores necessitavam.
Actualmente isso raramente acontece nas grandes empresas de elevadores. O técnico de manutenção faz apenas a manutenção, existe na empresa um grupo de técnicos especializados que é chamado para corrigir as avarias, e as reparações são feitas por pessoal externo à empresa ou por pessoal interno em regime de horas extraordinárias.
Com este esquema, ou semelhante, que só é possível em empresas com alguma dimensão, consegue-se uma maximização de recursos enorme, consegue-se ter técnicos juniores (que são mais baratos) a fazer o grosso do trabalho que é a manutenção, e poupa-se uma quantidade de dinheiro significativa que pode ser utilizada para fazer baixar os custos da manutenção ao cliente.
De qualquer modo as despesas de um serviço que é quase todo mão-de-obra, formação, transporte e tecnologia, são sempre muito elevadas, e abaixo de um certo valor os contratos de manutenção ou não podem ser celebrados (por ficarem abaixo do preço de custo) ou são celebrados e não vão ser cumpridos.
Quem está por dentro deste negócio sabe que em termos médios um elevador num edifício de habitação com 10 anos e 6 pisos, tem um custo de manutenção anual (facturas de manutenção mais facturas de reparações) que varia, consoante a marca e tipo de elevador, entre os 1.100,00€ e os 1.400,00€. Isso quer dizer que um contrato completo para um elevador deste tipo tem de rondar os 100,00€ por mês. Este valor é o necessário para que a EMA possa entregar no final do contrato o elevador com o mesmo grau de desgaste com que o contrato se iniciou.
Para um contrato normal é costume fazer-se as contas pela metade, e considerar que, de uma forma honesta, é possível garantir a manutenção de um equipamento deste tipo por valores na ordem dos 50,00€ por mês.
Sempre que falamos em valores abaixo destes padrões ou existem “letras pequeninas” no contrato, ou a EMA está a ser extraordinariamente simpática com o cliente e resolveu trabalhar abaixo do preço de custo. Quando falo em “letras pequeninas” refiro-me a que vai acabar por haver facturação extraordinária que venha a cobrir o défice que aquele elevador está a causar ao funcionamento da EMA.
Para elevadores com utilização diferente da habitação, os custos são por norma mais elevados.
Quando se discute com uma EMA um grande volume de elevadores (mais de 10) e uma fidelização de alguns anos, consegue-se reduções de preço por economia de escala. Especialmente quando arrastamos connosco a imagem de clientes sérios e pagadores. Nada pior do que um cliente mau pagador para conseguir um bom preço no seu contrato.
Mas como em tudo, cada caso é um caso. Fale com a HAPE se se quiser habilitar a conseguir pagar um pouco menos pelo seu contrato. Não custa tentar.
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